terça-feira, 23 de setembro de 2008

Facadas na memória
Por Cristiane Gomes, Suellen Encanação, Gesseca de Lourdes e Vanessa Paes

Tayana de Oliveira é fã da Calypso, o maior fenômeno musical de Belém do Pará, sua terra natal. Mas não são muitas as recordações que traz no coração da época em que morou no norte do país. Para contar a história da casa mal-assombrada, na qual um dos pedreiros foi assassinado com 20 facadas, precisou recorrer à memória da mãe. Da época dessa obra, também traz uma cicatriz em uma de suas sobrancelhas. "Levei um tombo e abri uma brecha em um dia em que fui brincar na obra."

Nome Tayana Carla de Oliveira >> Idade 20 anos

Rua Cosimiro Martins >> Bairro Palhada

Ocupação Trabalho com política e participo do projeto

O que mais gosta de fazer?
De estar com meu filho.

O que não gosta de fazer?
Não gosto de falsidade.

O que tem de bom e ruim na sua rua?
• Bom: Não tem nada.
• Ruim: Os fofoqueiros.

Por que veio para o Pro Jovem?
Para obter o conhecimentos.

O que você espera desse projeto?
Que os jovens melhorem de vida.

Acha que vai ganhar o prêmio?
Sim, porque contei uma historia bem diferente.

Se você ganhar o prêmio, o vai fazer com ele?
Usufruir.

Qual foi sua história?
A casa assombrada.

Por que contou esta história?
Porque estou gostando de participar do projeto, e contando minha história estou participando.

Qual é sua religião?
Católica.

Como se diverte aos domingos?
Saio com meu filho e meu marido para destrair a mente.

Você tem algum ídolo?
Deus e a banda Calypso.

Pra que time você torce?
Vasco da Gama.
......
A casa assombrada
Esta é uma história real, que aconteceu em Belém do Pará, onde eu morei na infância. Isso aconteceu no ano de 1994, quando eu tinha 6 anos de idade. Eu na verdade não me recordo muito bem dessa história. Estou contando a versão da minha mãe.

Eu e minha família morávamos em uma casa de madeira de um só compartimento, com o chão de assoalho. Meu pai mandou construir a nossa casa de tijolos. Eu era uma menina muito levada.

Quando as paredes já estavam pela metade, eu comecei a brincar na obra, pulando de uma madeira para outra. Foi assim até eu levar um tombo e abrir uma brecha na minha sombracelha. Trago a cicatriz até hoje.

Mais isso não foi nada perto do que aconteceu quando a obra já estava quase no fim.

Em uma manhã de domingo, eu e minha familia fomos passar o dia fora. Voltamos à noite.

Quando chegamos, avistamos uma multidão em frente a nossa casa. Vimos então um corpo caído no chão da sala. Soubemos então que ele havia levado 20 facadas. O crime tinha ocorrido uma hora antes de nossa chegada. Não demorou muito para que chegassem a polícia e o rabecão.

Quando a obra ficou pronta, não moramos mais que dois anos na casa nova. É que, depois do assassinato, começaram a acontecer coisas estranhas. A porta abria e fechava sozinha. As panelas caíam do fogão. Copos quebravam do nada.

Por causa disso, meus pais resolveram vender a casa. A fama de casa mal-assombrada dificultou a venda. Mas enfim conseguimos nos livrar dela e nos mudar para um outro lugar.

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